Política

Costa volta a ter secretário de Estado adjunto, Ricardo Mestre e Margarida Tavares vão para a Saúde

António Costa
António Costa
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Novos secretários de Estado tomam posse esta sexta-feira. Primeiro-ministro reforça coordenação política e repõe lugar de adjunto que já foi ocupado por Mariana Vieira da Silva e Tiago Antunes

Miguel Alves, presidente da Câmara de Caminha e da Federação socialista de Viana, é o novo secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro. António Costa reconhece, assim, que precisa de ajuda na coordenação política e repõe um cargo que já foi de Mariana Vieira da Silva e de Tiago Antunes.

O nome do novo secretário de Estado foi divulgado em nota da Presidência da República, que também anúncia os novos secretários de Estado da Saúde: Ricardo Jorge Almeida Perdigão Seleiro Mestre para secretário de Estado da Saúde e Margarida Tavares para secretária de Estado da Promoção da Saúde. A posse está marcada para esta sexta-feira às 19h30.

Costa aproveita a remodelação na Saúde para resolver o que tem sido apontando como um dos erros do seu Governo nestes quase seis meses: falta de coordenação política. Neste executivo, o primeiro-ministro tinha preferido não ter secretário de Estado adjunto, tendo Ana Catarina Mendes como ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares e mantendo a coordenação política em Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência e número dois do Governo. E, já depois da formação do Governo, escolheu ter um diretor de comunicação, lugar que entregou a João Cepeda.

Contudo, a solução não tem resultado e a escolha de Miguel Alves, um dirigente próximo do primeiro-ministro, é o reconhecimento disso mesmo. Por um lado, Mariana Vieira da Silva tem demasiadas pastas e muito importantes para continuar a desempenhar um papel que teve logo no início dos governos Costa, como secretária de Estado adjunta, de coordenar o discurso político dentro do executivo. Foi, depois, substítuida nessa função por Tiago Antunes, que continuou a ter esse papel, mas que desde março é secretário de Estado dos Assuntos Europeus.

Agora, com a escolha de Miguel Alves, Costa volta a ter alguém a seu lado com legitimidade política, peso partidário e lugar no Conselho de Ministros para fazer essa coordenação. O novo governante já foi adjunto de Costa no Ministério da Administração Interna e na Câmara de Lisboa. Atualmente, de acordo com a nota biográfica distribuída pelo gabinete do primeiro-ministro, é presidente do Conselho Regional do Norte, Membro efetivo do Comité das Regiões, Membro suplente do Conselho Geral da ANMP – Associação Nacional de Municípios Portugueses e Presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Viana do Castelo.

Porto domina a Saúde

Na Saúde, as escolhas reforçam a presença de médicos do Porto e, em concreto, do S. João no Governo. Depois do próprio ministro, Manuel Pizarro, do novo diretor-geral do SNS, Fernando Araújo (que só deve ser confirmado esta sexta-feira, depois de o Presidente promulgar a regulamentação do novo cargo), entra Margarida Tavares para secretária de Estado da Promoção da Saúde.

Nascida em Vale de Cambra, licenciada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e Mestre em Saúde Pública pela École de Santé Publique Institut Pasteur - Conservatoire national des arts et métiers, Conférence des Grandes Écoles, Paris, França. é assistente graduada de infeciologia do Serviço de Doenças Infeciosas do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ). Já foi diretora clínica do Centro Hospitalar de S. João e, nos últimos anos, foi um dos rostos das duas doenças mais faladas no país: integrou Task Force para a COVID-19 tem sido a porta-voz da DGS para o surto de Monkeypox, porque é a responsável na Direção-geral da Saúde pela infeccionologia.

O outro secretário de Estado de Manuel Pizarro é Ricardo Mestre. Natural de Serpa é subdiretor-geral da Direção-Geral da Saúde desde junho deste ano, sendo licenciado em economia, pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa em 2001.

De acordo com a nota divulgada pelo Governo, Ricardo Mestre é especialista em administração hospitalar e pós-graduado em administração de serviços de saúde. Entre outras funções, foi gestor de projeto no Conselho das Finanças Publicas na área da saúde e do Setor Público Empresarial entre março 2021 e junho 2022, e vogal executivo do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) entre março de 2016 e março de 2021.

São duas figuras que saem de lugares na DGS, enquanto que os três anteriores titulares da Saúde já voltaram para o Parlamento. Na quarta-feira, a ex-ministra Marta Temido e os ex-secretários de Estado Lacerda Sales e Maria de Fátima Fonseca tomaram os seus lugares na Assembleia da República para os quais foram eleitos a 30 de janeiro: Marta Temido como cabeça de lista por Coimbra, Lacerda Sales como cabeça de lista por Leiria e Fátima Fonseca como 16º na lista por Lisboa.

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