Redução do IVA da energia, vales alimentares para pensionistas e aumento de abonos de família no programa de emergência do PSD
O presidente do PSD, Luís Montenegro, e o líder parlamentar, Joaquim Miranda Sarmento
rui duarte silva
Miranda Sarmento detalhou o Programa de Emergência Social do PSD, acusando Governo e primeiro-ministro de “enganar os portugueses”. Como Montenegro tinha antecipado no Pontal, oposição ao PS vai centrar-se no custo de vida
O PSD apresentou esta sexta-feira um pacote de medidas para combater os efeitos da inflação no bolso de empresas e famílias. O líder parlamentar, Joaquim Miranda Sarmento, detalhou o Programa de Emergência Social (PES), que tem como eixo central a redução da taxa de IVA sobre os combustíveis, a eletricidade e o gás. “Vários países europeus já o fizeram”, por isso, “não é compreensível” que o Governo português não o faça, disse Miranda Sarmento, na Assembleia da República. “O Governo e o primeiro-ministro enganaram os portugueses durante estes seis meses ao dizer que não era possível” baixar o IVA da energia.
Luís Montenegro, recém-empossado líder do PSD, já tinha sinalizado no Pontal que é na crise inflacionista e de aumento de preços que o partido vai centrar a oposição ao Governo. Sobretudo agora, que se aproxima o início do ano letivo e que os efeitos da crise serão mais visíveis. O PES dos social-democratas tem um custo total de 1,5 mil milhões de euros, que Miranda Sarmento garante que “não coloca em causa a meta do défice de 1,9% do PIB” nem a redução da dívida pública, uma vez que “se centra no excedente de receita que o Governo já cobrou face à previsão do Orçamento do Estado”.
Assim, na apresentação aos jornalistas, o líder parlamentar do PSD explicou, uma por uma, as sete medidas com que o principal partido da oposição quer antecipar-se ao Governo. E que, à exceção da referida redução do IVA da energia, têm um prazo de quatro meses, entre setembro e o fim do ano.
Atribuir entre setembro e dezembro um vale alimentação de 40 euros/mês a pensionistas e reformados com pensões/reformas até 1108 euros. A medida custa 360 milhões de euros e abrange 2,3 milhões de pessoas.
Um vale alimentação no mesmo valor para trabalhadores que estejam nos 1º, 2º e 3º escalões de rendimento, ou seja, que recebam até 1100 euros por mês. São também 2,3 milhões de pessoas, indicou Miranda Sarmento, e custa também 360 milhões de euros.
A redução do IRS para os 4º, 5º e 6º escalões, que abrange quem ganha entre os 1100 euros e os 2500 euros por mês. Mais 1,3 milhões de pessoas, num custo de 200 milhões de euros.
Também entre setembro e dezembro, atribuir 10 euros adicionais por mês a quem recebe abono de família, que são cerca de um milhão de crianças e jovens. A medida custa 40 milhões.
A criação de linhas de apoio financeiro a Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e às pequenas e médias empresas, “para fazer face ao aumento dos custos da energia”.
Apoiar empresas do sector agro-alimentar, com majoração da eletricidade verde, aumento do desconto do gasóleo verde, abrir acesso das cooperativas a gasóleo prof e banco de fomento linha de capitalização para o sector.
Por fim, Miranda Sarmento apontou à melhoria da eficiência energética em Portugal, mas sobretudo a medidas concretas como a prorrogação, também até ao fim do ano, da redução do ISP (Imposto sobre Produtos Petrolíferos e Energéticos) e a já referida redução do IVA sobre combustíveis, eletricidade e gás da taxa normal para a taxa reduzida (6%), como o Expresso antecipou na edição deste fim de semana.
Para o PSD, este pacote é “indispensável, devido ao forte aumento dos preços”. E é também uma forma de o partido se antecipar à resposta do Governo à crise e posicionar-se, piscando o olho aos pensionistas e carregando na vertente social das respostas.
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