O palco do Pontal estava montado para lançar Luís Montenegro numa maratona de quatro anos de oposição, com críticas fortes ao Governo — para galvanizar o partido — e uma tentativa de ligação ao país através de propostas para as necessidades concretas das pessoas. E cativar o eleitorado perdido. Ter Pedro Passos Coelho na assistência era uma pressão adicional, porque a presença do ex-primeiro-ministro no calçadão algarvio de Quarteira, no passado domingo, ia concentrar as atenções e alimentar especulações. O “papão do passismo”, a que o líder aludiu no início do discurso, para reforçar o “orgulho” que teve em trabalhar com Passos, não converteu o ex-líder em “papão” do montenegrismo.
Para o estado-maior laranja, a presença de Passos Coelho a apoiar Luís Montenegro serviu antes para matar o sebastianismo como era encarado o regresso do antigo chefe e para o “normalizar”. Foi uma forma de mostrar que Passos dificilmente voltará a ser líder do PSD ou primeiro-ministro: as especulações de que as presidenciais são mais adequadas, acabou por esvaziar a ideia de que este poderia fazer sombra à liderança de Montenegro.
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