Política

Renúncia de Sérgio Figueiredo é o "desfecho inevitável", dizem Bloco e PCP, Chega quer mais explicações

Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco
Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco
António Pedro Ferreira

Partido de André Ventura insiste em investigação ao caso feita pela Inspeção Geral de Finanças para verificar se houve ou não "troca de favores". LIberais dizem que renúncia "não apaga" o caso

"O desfecho inevitável", escreveu o líder parlamentar do Bloco de Esquerda na rede social Twitter. "Desfecho natural", disse João Dias Coelho, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, questionado sobre a renúncia de Sérgio Figueiredo ao lugar de consultor do ministro das Finanças, à margem de um conferência de imprensa sobre direito à habitação.

Os partidos à esquerda do PS, antigos parceiros do Governo, reagiram assim ao desenvolvimento do caso da contratação do ex-diretor da TVI para consultor que, desde que foi conhecido, motivou críticas dos partidos e de associações cívicas.

Este desfecho, acredita Pedro Filipe Soares, "mostra como é possível travar os caprichos da maioria absoluta com a mobilização da opinião pública". Mas, ressalva o dirigente bloquista, "não absolve Medina de um processo reprovável, nem António Costa de uma desresponsabilização inaceitável".

O PCP. porventura o partido mais contido na polémica dos últimos dias, considera que “trata-se de um desfecho natural face a uma decisão baseada em critérios discutíveis, pela forma e pelo conteúdo”. Questionado sobre o caso, João Dias Coelho começou por dizer: "Ele lá sabe."

Já o Chega não dá o assunto por encerrado e quer mais explicações. Em comunicado, a direção nacional do partido refere que "recebeu sem surpresa a notícia da renúncia de Sérgio Figueiredo como consultor do Ministério das Finanças", apontando que "a pressão pública e o sentimento de imoralidade do seu vencimento, perante os restantes funcionários públicos, mesmo do Ministério das Finanças, assim o ditavam".

"Há, no entanto, explicações que continuam por dar", defende o Chega, reiterando "o pedido que fez à Inspeção-Geral das Finanças para uma investigação aos pagamentos efetuados entre Medina e Figueiredo e se em algum momento houve alguma espécie de troca de favores".

O partido de extrema-direita considera ainda que a "vida pública, especialmente a vida política tem de pautar-se por critérios de transparência e legalidade, critérios que, neste caso, apareciam, no mínimo, distorcidos".

A Iniciativa Liberal, por seu lado, considera que a “desistência de Sérgio Figueiredo” de um cargo no Ministério das Finanças “não apaga” a demonstração de que o “PS se confunde com o Estado” e “usa e abusa do dinheiro dos contribuintes”.

“A desistência de Sérgio Figueiredo não apaga a tentativa e desejo de Fernando Medina em devolver a contratação passada. Não apaga a forma despudorada como o PS usa e abusa do dinheiro dos contribuintes. Não apaga a forma como o PS recorre aos ajustes diretos para contornar o escrutínio”, lê-se numa nota da Iniciativa Liberal.

O partido considera ainda que a renúncia de Sérgio Figueiredo “não apaga a forma como o PS desconsidera os serviços da administração pública”, nem “apaga que o primeiro-ministro tenha afirmado que o assunto estava morto e enterrado”.

“E não apaga mais um episódio demonstrativo em como o PS se confunde com o Estado, achando que o Estado é um meio para os seus fins de poder absoluto”, prossegue o texto

Sérgio Figueiredo renunciou ao cargo de consultor do ministro das Finanças, Fernando Medina, decisão que comunicou através de um texto publicado no Jornal de Negócios.

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