Política

Marques Mendes sobre a contratação de Sérgio Figueiredo: “Foi um erro monumental de Medina”

Depois de Clara Ferreira Alves, Luís Marques Mendes apresentou as "Memórias" de Francisco Pinto Balsemão. Ambos evocaram a condição de "amigos" do homem que tem muitas histórias de vida para contar
Depois de Clara Ferreira Alves, Luís Marques Mendes apresentou as "Memórias" de Francisco Pinto Balsemão. Ambos evocaram a condição de "amigos" do homem que tem muitas histórias de vida para contar
Joao Girao

No habitual espaço de comentário na SIC, Luís Marques Mendes teceu críticas a Fernando Medina, considerando que o caso foi mais um para “desgastar” o Governo. O social democrata elogiou Luís Montenegro e normalizou a “surpresa” do aparecimento de Pedro Passos Coelho

“Um erro monumental de Fernando Medina”: foi assim que Luís Marques Mendes definiu a contratação de Sérgio Figueiredo, ex-diretor de informação da TVI, como consultor do Ministério das Finanças. No habitual espaço de comentário semanal na SIC, este domingo, o comentador criticou a decisão que causou “incómodo” e “desgaste” no Governo.

Parece que houve uma troca de favores. Justa ou injustamente é essa a sensação que fica. Se isto não foi uma troca de favores, ninguém acredita”, considerou Marques Mendes referindo-se ao facto de Fernando Medina ter sido chamado para comentador da TVI quando Sérgio Figueiredo ainda liderava a informação daquela estação de televisão.

E apontou mais dois “erros fáceis de explicar”: “É uma desqualificação injusta e inaceitável da administração pública, que é mal paga e mesmo assim tem gente muito competente. Outro erro é o salário, que corresponde ao salário de ministro. Isto vai criar irritação legítima a vários níveis.” Figueiredo deverá receber cerca de €5800 por mês. “Nunca pensei que o ministro das Finanças desqualificasse assim a administração pública. Nunca pensei num erro destes de alguém que, normalmente, é sensato como Fernando Medina.”

As críticas ao caso continuaram, com Marques Mendes a lamentar que ninguém do Governo tenha dado uma explicação sobre o caso. “É um sinal de arrogância e sobranceria”, apontou, sublinhando que este é o segundo caso dos “delfins de António Costa” em pouco mais de dois meses. “Primeiro foi Pedro Nuno Santos com o aeroporto, agora Fernando Medina. Isto causa desgaste, como se viu esta semana em mais uma sondagem: o PS a descer e o primeiro-ministro a ter mais opiniões negativas”, disse.

“Passos quer deixar todas as opções em aberto”

Questionando sobre a Festa do Pontal, que este domingo se realiza no Algarve e marca a rentrée do PSD, Marques Mendes considerou ser uma “surpresa” que acha “normal” a presença de Pedro Passos Coelho. “Vem manifestar publicamente o apoio a Luís Montenegro, que foi líder parlamentar do PSD durante a sua liderança. Pedro Passos Coelho é ainda muito novo e olha para o futuro e acha que a sua vida política não terminou. Deixou a meio um ciclo para ser primeiro-ministro, pode ser como primeiro-ministro ou como Presidente da República. Quer deixar tudo em aberto e esta reaparição pode ter esse significado”, disse. “Tudo isto é normal e compreensível.”

A “segunda surpresa da noite”, referiu o comentador, será o discurso de Montenegro. “Sei que vai apresentar publicamente uma proposta de um plano concreto e quantificado para apoiar as famílias, as pessoas e as empresas mais afetadas pela subida dos preços”, referiu. “A Festa do Pontal vem numa boa altura para Luís Montenegro e tudo lhe tem corrido bem desde que foi eleito: uniu o partido, mobilizou o partido e está a fazer oposição bem feita, beneficiando com o desgaste do Governo. Claro que o mais difícil vem a seguir: construir uma solução alternativa.”

Comentando uma outra rentrée recente, a da Iniciativa Liberal (IL) na sexta-feira, Marques Mendes elogiou o discurso de João Cotrim Figueiredo. “A IL está a consolidar um futuro como parceiro de um eventual Governo da área de centro de direita, com liderança do PSD.”

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