Política

Líder parlamentar do PSD defende que o “PS está sujeito à estratégia do PCP”

Líder parlamentar do PSD defende que o “PS está sujeito à estratégia do PCP”
Marcos Borga

Adão Silva fala em "grande dose de manipulação" nas sondagens e repete que "é evidente" que eventuais maus resultados nas autárquicas vão obrigar a clarificação interna

O líder parlamentar do PSD considera, em entrevista ao Nascer do Sol, que é o PCP que está a impedir o PS de olhar para a reforma do sistema eleitoral, e defende mesmo que os socialistas sujeitaram-se à estratégia comunista. Há um “desenfreado negócio político-legislativo” entre os dois partidos, acusa Adão Silva.

“As condições atuais não favorecem objetivamente esta reforma, porque o PS está sujeito à estratégia do PCP, que não tem qualquer interesse em fazer este tipo de reforma”, declarou Adão Silva, na entrevista publicada este sábado, 24 de julho, respondendo sobre aquela que considera uma urgência: a reforma do sistema eleitoral. Em causa, por exemplo, está a revisão dos círculos eleitorais, para não prejudicar o interior.

Essa sujeição tem um interesse momentâneo, segundo argumenta o deputado social-democrata: “o que me custa é que o PS não seja livre e troque o futuro dos portugueses por uma sobrevivência imediatista, que lhe dá a aprovação do Orçamento do Estado para 2022, onde o PCP é decisivo”.

Dado esse intuito, sem o Bloco como parceiro da geringonça, continua o deputado eleito pelo círculo eleitoral de Bragança, “o PCP entrou num desenfreado exercício de negócio político-legislativo com o Governo”, dando como exemplo a aprovação de alterações ao Código do Trabalho.

Sobre as sondagens, que mantêm o PSD distante do PS, Adão Silva respondeu ao Nascer do Sol que, em Portugal, “têm uma grande dose de uma manipulação”, ainda que sem concretizar. Diz que o Governo de António Costa está já a degradar-se, mas, ainda assim, admite que “é evidente” que um mau resultado autárquico pode obrigar a uma clarificação interna, o que já Rui Rio tinha dito, caso tenha um pior resultado do que o partido teve em 2017, com Passos Coelho. Mais vitórias nas autárquicas de 26 de setembro, “muito mais do que as de 2017”, é a expectativa de Adão Silva.

Sobre as eleições legislativas, Adão Silva responde a André Ventura e à possibilidade de um governo em conjunto: “O que eu espero é que o PSD vença as próximas eleições legislativas, não precisando do Chega”.

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