Exclusivo

Política

“Tática política”, “opacidade”, “propaganda tem limites”: oposição não gostou de reformas escondidas, esquerda está em silêncio

“Tática política”, “opacidade”, “propaganda tem limites”: oposição não gostou de reformas escondidas, esquerda está em silêncio
TONY DA SILVA/LUSA

A esquerda espera para ver: PCP "não comenta" e Bloco de Esquerda dá o benefício da dúvida. Se houver reformas escondidas, "cabe ao Governo" enviá-las ao Parlamento. Mas à direta, o PSD reconhece o truque: reformas que o Governo promete em Bruxelas são "incompatíveis" com reformas que promete, cá dentro, aos parceiros da esquerda. PAN quer divulgação na íntegra, CDS diz que divulgar no fim já será tarde.

O Governo sabe e assume-o: a 'bazuca' de 16 mil milhões que se espera que aterre em Portugal até ao verão vai ser fundamental para impulsionar a retoma económica e para Portugal voltar, já em 2022, a níveis de crescimento pré-pandemia. Mas para receber esses 16 mil milhões, há um plano de reformas estruturais que Portugal tem de cumprir e que funciona como condição para o dinheiro chegar. É esse plano que Portugal está neste momento a negociar em Bruxelas e foi esse plano que, como o Expresso avançou na edição desta sexta-feira, o Governo não deu a conhecer na íntegra aos partidos políticos e aos cidadãos em geral.

Ao documento tornado público na semana passada faltava precisamente a lista das reformas que o país terá de fazer, os seus pormenores e o calendário com que o primeiro-ministro se vai comprometer perante Bruxelas. Os detalhes dos compromissos assumidos foram omitidos entre a versão entregue na Comissão Europeia e a publicada para os cidadãos. Um "lapso" assumido pelo Governo que a oposição não gostou de ver: tática política, opacidade inaceitável e propaganda. A esquerda, contudo, ficou em silêncio - para já.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: rdinis@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate