O Governo sabe e assume-o: a 'bazuca' de 16 mil milhões que se espera que aterre em Portugal até ao verão vai ser fundamental para impulsionar a retoma económica e para Portugal voltar, já em 2022, a níveis de crescimento pré-pandemia. Mas para receber esses 16 mil milhões, há um plano de reformas estruturais que Portugal tem de cumprir e que funciona como condição para o dinheiro chegar. É esse plano que Portugal está neste momento a negociar em Bruxelas e foi esse plano que, como o Expresso avançou na edição desta sexta-feira, o Governo não deu a conhecer na íntegra aos partidos políticos e aos cidadãos em geral.
Ao documento tornado público na semana passada faltava precisamente a lista das reformas que o país terá de fazer, os seus pormenores e o calendário com que o primeiro-ministro se vai comprometer perante Bruxelas. Os detalhes dos compromissos assumidos foram omitidos entre a versão entregue na Comissão Europeia e a publicada para os cidadãos. Um "lapso" assumido pelo Governo que a oposição não gostou de ver: tática política, opacidade inaceitável e propaganda. A esquerda, contudo, ficou em silêncio - para já.
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