“Isto é uma desvalorização da natureza do regime semipresidencialista de que o PS é um dos fundadores”. As palavras são de Manuel Alegre, histórico socialista que ao “Público” lamentou que o partido não tome uma posição oficial às presidenciais, um dia depois de Ana Gomes, militante e ex-eurodeputada pelo partido, anunciar a sua candidatura. Ao “Público”, a direcção nacional do PS não quis comentar o tema.
Continua Alegre: “Não se pode desvalorizar assim o regime semipresidencialista. Os patronos deste regime, como Salgado Zenha, Mário Soares, Sottomayor Cardia e José Luís Nunes, só para falar alguns dos que já não estão entre nós, não ficariam de certeza muito satisfeitos com isto”. O ex-candidato presidencial ainda não decidiu em quem votará: “a altura em que o farei sou eu que decido”, acrescentou.
No seio do aparelho do PS, nomes como Paulo Pedroso, Henrique Neto, Daniel Adrião ficaram satisfeitos com o anúncio de Ana Gomes, que veem capaz de derrotar André Ventura. Ao “Público”, Adrião pediu mesmo que o partido apoie a candidata, “para derrotar o candidato da extrema-direita e debelar uma séria ameaça para a democracia, unindo-se”. Já Carlos Pereira, deputado do PS pela Madeira, assume que não votará na diplomata: “Não voto Ana Gomes. Não sei o que fará o meu partido mas não apoiarei Ana Gomes”, escreveu no Facebook.
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