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Política

PCP esconde os números das entradas na Festa do "Avante!"

Festa dos comunistas abriu ontem na Quinta da Atalaia, no Seixal
Festa dos comunistas abriu ontem na Quinta da Atalaia, no Seixal

Os comunistas propuseram cortar um terço da lotação da festa, mas a faturação com os bilhetes permite perceber que a redução não era significativa. Entidade das Contas queixa-se de opacidade nas contas.

Todos os anos, arrumadas as bancas e desmontado o palco, o balanço é feito em jeito de festejo: mais um ano de Festa do “Avante!”, mais um sucesso, mais milhares e milhares a entrarem na Quinta da Atalaia para ajudarem a provar a força do PCP. Mas quantos milhares? Na verdade, ninguém sabe quantas pessoas vão à festa — uma mistura de comício, evento político e festival de música — que marca a rentrée comunista. Os dados são opacos e o partido não revela os números do público no “Avante!”: não respondeu às perguntas enviadas pelo Expresso e rejeita, ano após ano, explicitar à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) quantos bilhetes vendeu. Não é o único problema de “transparência” apontado ao PCP: todos os anos a Entidade encontra insuficiências e irregularidades nas receitas e despesas da rentrée.

A opacidade dos números permitiu ao PCP, nas últimas semanas — durante o braço de ferro com a Direção-Geral da Saúde —, dar a ideia de que faria uma redução muito considerável do público, ao cortar um terço da lotação máxima licenciada, segundo os números que foram sendo públicos, de 100 mil para 33 mil pessoas em simultâneo na Quinta da Atalaia. No entanto, segundo contas do Expresso com base nos dados entregues pelo PCP à ECFP, esse corte brutal na lotação não iria limitar de forma decisiva o número de visitantes. As contas mais conservadoras, feitas com base nas receitas que o partido registou com a venda de entradas permanentes (EP) no relatório de 2017 (o último disponível no site da ECFP), revelam que o número de frequentadores anual estará bem abaixo dos 100 mil e mais perto dos 33 mil.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ABaiao@expresso.impresa.pt

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