Política

Lar de Reguengos. CDS fala em “crime humanitário” e diz que o Estado parece “preocupar-se mais com animais do que com idosos”

Lar de Reguengos. CDS fala em “crime humanitário” e diz que o Estado parece “preocupar-se mais com animais do que com idosos”
TIAGO MIRANDA

Francisco Rodrigues dos Santos, que reagiu ao relatório sobre o caso do lar de Reguengos de Monsaraz a pedido do Expresso, aponta o dedo à “decadência moral do Estado” e pergunta se “as ministras da Saúde e da Segurança Social” não podem interromper as férias para explicar o que aconteceu. Morreram 18 pessoas no lar, onde se deu um surto de covid-19

Lar de Reguengos. CDS fala em “crime humanitário” e diz que o Estado parece “preocupar-se mais com animais do que com idosos”

Liliana Valente

Coordenadora de Política

O CDS quer que o Governo dê explicações sobre o caso do lar de idosos de Reguengos de Monsaraz onde morreram 18 idosos, muitos deles por desidratação, de acordo com conclusões de um relatório da Ordem dos Médicos. Francisco Rodrigues dos Santos usa palavras fortes para apontar o dedo à "decadência moral" do Estado que parece "preocupar-se mais com animais - que merecem certamente o nosso cuidado responsável - do que com os idosos".

Numa reacção a pedido do Expresso (o pedido foi feito a todos os partidos, PSD e PCP deram os seus argumentos), o líder do CDS questiona o facto de ainda não ter havido explicações por parte do Governo. "Não se ouviu falar em 'brigadas de resgate dos idosos abandonados', não há revolta nas redes sociais, não existe escândalo mediático, nem sequer uma palavra da Ministra da Saúde ou da Ministra da Solidariedade Social", disse.

"O que aconteceu em Reguengos de Monsaraz é o retrato da decandência moral do Estado Português, da renúncia ao dever de cuidar por parte dos responsáveis locais, do desinteresse do Governo pelos mais fracos, da imperdoável falta de fiscalização da tutela. (...) Qual é a estratégia do Governo para evitar novos crimes humanitários como o de Reguengos de Monsaraz? É pedir muito que as Ministras da Saúde e da Solidariedade Social interrompam as férias para dar uma explicação ao país?", insiste.

O CDS defende que tem de haver planos de contingência com "regras claras e procedimentos de actuação definidos" e que irá exigir "respostas com urgência" ao Governo. Um pedido que se junta ao do PSD, que vai aguardar nos próximos dias por um esclarecimento do Governo, e pelo PCP, que fez perguntas por escrito através da Assembleia da República.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: lvalente@expresso.impresa.pt

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