Pinto Luz quer ganhar o país e promete juntar Montenegro e Rio
O vice-presidente da Câmara de Cascais criticou a falta de ambição de Rui Rio, demarcou-se da estratégia de Luís Montenegro e prometeu juntar os dois quando ganhar
O vice-presidente da Câmara de Cascais criticou a falta de ambição de Rui Rio, demarcou-se da estratégia de Luís Montenegro e prometeu juntar os dois quando ganhar
Jornalista
Uma espécie de síntese entre Rui Rio e Luís Montenegro. Miguel Pinto Luz acredita que o PSD não pode estar partido e “permanentemente obcecado com a querela interna”, nem tão pouco obcecado em fazer uma oposição estéril ao PS. Deve ter “ambição de ganhar eleições”, sem prestar “vassalagem a outras forças partidárias”, mas, estando na oposição, deve ser “de confiança”, não votando “cegamente” contra tudo.
No Fundão, onde decorre o II Congresso da Coesão Territorial organizado pela JSD, Rui Rio, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz farão intervenções à vez sobre os projetos que defendem para o país. E o segundo a ir a jogo foi o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais. Perante os militantes, o Pinto Luz começou a sua intervenção por responder diretamente a David Justino, ‘vice’ de Rio, que há dias classificou os objetivos eleitorais de Pinto Luz e de Montenegro de “delírios”.“Não aceito um PSD destituído de falta de ambição. É tão bom a ambição de ganhar eleições. Quero ganhar eleições, as autárquicas e as legislativas”, disse.
Numa primeira parte que dedicou a questionar a liderança de Rio - sem nunca o nomear -, o número dois de Carlos Carreiras disse não se conformar com um PSD “a disputar a segunda liga” da política nacional, reduzido a uma parte de fiéis. “Há quem olhe para o PSD e goste apenas de partes do PSD. Ou se gosta, ou não se gosta do PSD.”
Para Pinto Luz, aliás, só um PSD capaz de congregar todas as sensibilidades e tendências da direita e do centro-direita pode ser novamente um partido “frentista” e ganhador, sem “dúvidas existenciais” ou “complexos ideológicos”, se é de centro ou de direita.
"Quando nos afunilamos, quando fazemos caça às bruxas, dividimos e somos cada vez mais pequenos. O PSD tem de ser a casa de todos os que não se reveem num modelo socialista, estatizante. Quando ganhar o partido vou buscar todos, de Rui Rio a Luís Montenegro”, garantiu o social-democrata.
Esta não foi a única referência a Luís Montenegro, a quem Miguel Pinto Luz tratou como “meu querido amigo”. Implicitamente, o ‘vice’ de Cascais criticou a posição do ex-líder parlamentar do PSD e a forma como Montenegro se propõe a fazer oposição ao Governo socialista. “Temos de ser oposição de confiança. Não posso dizer que voto cegamente contra um Orçamento do PS. Esse não é o meu PSD e o nosso primeiro não é a nossa agenda, mas os interesses do país”, rematou Pinto Luz.
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