Política

Guia rápido para relembrar o processo de Tancos

Guia rápido para relembrar o processo de Tancos
Tiago Miranda

A acusação saiu agora porquê? Que guerra de polícias está no centro do caso? O que aconteceu ao material roubado? Os pontos centrais da polémica

Guia rápido para relembrar o processo de Tancos

Hugo Franco

Jornalista

Guia rápido para relembrar o processo de Tancos

Rui Gustavo

Jornalista

A acusação tinha de ser finalizada em plena campanha eleitoral?
Não necessariamente, mas a verdade é que o prazo para a prisão preventiva do principal arguido do processo, João Paulino, esgotava-se no dia 26 de setembro — e se não houvesse acusação este tinha de ser libertado. O prazo era curto e os procuradores só conseguiram acabar a acusação na data-limite, em plena campanha eleitoral para as legislativas de 6 de outubro.

Como surgiu a ideia de assaltar os paióis de Tancos?
Um furriel do exército, Filipe Abreu, contou a um tio que os paióis de Tancos não tinham qualquer segurança e só os paraquedistas levavam as rondas a sério. A informação foi transmitida a João Paulino, um ex-fuzileiro com ligações ao mundo do tráfico de droga e de armas que viu uma oportunidade parar conseguir armamento para trocar por droga ou para vender à ETA.

Porque é que o caso fez rebentar um conflito entre a PJM e a PJ?
Porque a investigação começou por ser conduzida pela Polícia Judiciária Militar mas, por decisão da ex-PGR, Joana Marques Vidal, passou para a PJ civil. Os responsáveis pela PJM, a começar pelo diretor Luís Vieira, nunca aceitaram esta decisão e tentaram sempre revertê-la. Pior: quando tiveram indicação sobre o paradeiro do armamento decidiram montar uma operação clandestina à margem do Ministério Público e da PJ.

As armas e munições roubadas foram todas recuperadas?
Não. E as autoridades desconhecem onde se encontram as que faltam. Entre o armamento desaparecido estão 264 Velas PE4A, explosivo plástico militar que pode ser moldado em qualquer forma, já utilizado no passado em ataques terroristas. Por descobrir estão também 44 granadas-foguete anticarro, arma portátil de infantaria própria para destruir viaturas blindadas ou 30 CCD10, 57 CCD20 e 15 CCD3, que são um explosivo plástico militar apropriado para, através de uma explosão controlada, cortar superfícies. Só para falar nas que são consideradas mais perigosas.

De que crimes são acusados os 23 suspeitos?
As principais imputações do Ministério Público são de associação criminosa, tráfico de armas, falsificação de documento, denegação de justiça e prevaricação, favorecimento pessoal ou detenção de arma proibida.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: HFranco@expresso.impresa.pt

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