Política

Costa coordenou negociações por WhatsApp

Costa coordenou negociações por WhatsApp

Marcelo pressionou António Costa e acha que Governo hesitou na reação. Sindicato foi desvalorizado, mas entrada em cena de Pedro Nuno Santos foi decisiva

Os primeiros sinais de crise iminente começaram a sentir-se ao longo de segunda-feira. Por todo o país, repetiam-se garantias, com origem nas empresas de transportes de combustíveis, de que os grevistas não estavam a cumprir os serviços mínimos acordados. Mais: havia relatos de camiões parados e manobras de intimidação junto de quem ousava furar a greve. António Costa percebeu ali o potencial explosivo da crise. Às 7h30 de terça-feira, já o Governo aprovava, em Conselho de Ministros eletrónico, uma requisição civil para mitigar os efeitos da greve, um instrumento usado apenas em situações excecionais. Depois de uma primeira intervenção pública de Pedro Siza Vieira na qualidade de ministro-adjunto, Costa chamou a si todo o processo de coordenação: as negociações para o alargamento dos serviços mínimos, com Miguel Cabrita, secretário de Estado do Emprego, como pivô; a estratégia que Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação, ia levar para a reunião decisiva; e a preparação de um eventual plano B com Eduardo Cabrita, da Administração Interna, caso as negociações falhassem — cenário mantido em segredo mas que chegou a ser considerado pelo Governo.

Tudo isto, enquanto mantinha em permanência um grupo de WhatsApp que juntava os já referidos Pedro Nuno Santos, Pedro Siza Vieira e Eduardo Cabrita, mas também Mariana Vieira da Silva (ministra da Presidência), João Matos Fernandes (Ambiente) e Vieira da Silva (Trabalho e Segurança Social). Um gabinete de crise virtual com três objetivos: retirar capacidade de fogo ao sindicato, garantir que os serviços prioritários estavam acautelados e travar a greve.

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