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Que voz é esta?

“Várias vezes o meu pai dizia ‘tens um problema, tens um vício’ e tentava tirar-me [do computador], mas eu já estava muito fundo no buraco”

Tomás Malho, de 24 anos, está em tratamento há dois por dependência de videojogos
Tomás Malho, de 24 anos, está em tratamento há dois por dependência de videojogos
José Fernandes

Um estudo nacional realizado em 2022 revela que 15% a 20% dos jovens entre os 12 e os 25 anos apresentam sinais de dependência de internet, nomeadamente de videojogos. Como funciona esta adicção, quais são os sinais de alerta e qual é a melhor forma de prevenir são algumas das questões abordadas no mais recente episódio do podcast "Que Voz é Esta?”, com o testemunho de Tomás Malho, de 24 anos, e as explicações dos psicólogos Ivone Patrão e João Nuno Faria

Tomás Malho nunca gostou de estudar. No liceu, ir às aulas era o suficiente para passar de ano, mesmo sem boas notas, mas na faculdade isso já não chegava. Rapidamente começou a marcar passo no curso de Engenharia Geológica. Para aliviar a frustração e o fracasso, “refugiava-se” cada vez mais nos videojogos. “Era aquilo que sabia fazer bem.”

A pouco e pouco, tudo o resto foi ficando para trás. A faculdade, os amigos e até a música, que antes lhe dava prazer. Mentia aos pais, deixou de ir às aulas e faltava aos exames. Fazia o que fosse preciso para conseguir jogar Dota2, um jogo eletrónico de estratégia, semelhante ao League of Legends, que passou a tomar conta da sua vida. “Ficava o dia inteiro a jogar", conta.

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