Perguntar Não Ofende

Como se normaliza a direita radical? Vicente Valentim responde a Daniel Oliveira

Vicente Valentim, cientista político na Universidade de Oxford, é o convidado de Daniel Oliveira no podcast Perguntar Não Ofende. O seu primeiro livro, acerca da normalização da direita radical, vai ser publicado pela Oxford University Press e adaptado para português pela editora Gradiva, num calendário que não podia ser mais oportuno para tentarmos perceber melhor a dinâmica do crescimento destas forças

Matilde Fieschi

Portugal é dos últimos países europeus a ter uma fortíssima bancada parlamentar de extrema-direita. O crescimento do Chega, à semelhança da maioria dos partidos similares, foi fulgurante. Em cinco anos passou de 1 deputado para 12 e, depois, 48, arriscando-se a colocar um ponto final em cinco décadas de sistema bipartidário.

A extrema-direita está no poder em Itália, na Finlândia e na Hungria, suporta um governo na Suécia e está a caminho de ser poder novamente na Áustria. Em França, as mais recentes sondagens dão quase maioria absoluta ao partido de Le Pen nas legislativas. Nas próximas eleições europeias, a direita radical deverá ganhar em nove países e ser a segunda ou terceira força noutros nove, incluindo na Alemanha, onde já nem a memória histórica da barbárie nazi parece conter o crescimento da xenofobia e a perseguição das minorias.

Matilde Fieschi

As explicações tradicionais, como a económica, que realça os efeitos de quem se sente na margem perdedora da globalização, ou as culturais, que se centram no protesto de quem aspira a um regresso a um “mundo mais simples” e menos progressista, parecem não conseguir explicar a velocidade galopante deste crescimento populista.

O que explica, então, o progresso destas forças? E a velocidade do seu crescimento, numa sincronia quase perfeita em toda a Europa e EUA? Porque é a direita radical a conseguir captar todas as dinâmicas de protestos e a cristalizar-se como uma força incontornável no xadrez político europeu? De onde vem esta raiva que parece ter tomado conta do espaço público?

É mais que uma entrevista, é menos que um debate. É uma conversa com contraditório em que, no fim, é mesmo a opinião do convidado que interessa. Quase sempre sobre política, às vezes sobre coisas realmente interessantes. Um projeto jornalístico de Daniel Oliveira e João Martins. Imagem gráfica de Vera Tavares com Tiago Pereira Santos e música de Mário Laginha. Subscreva (no Spotify, Apple e Google) e oiça mais episódios:

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: danieloliveira.lx@gmail.com

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