As presidenciais deste fim de semana não trouxeram surpresas, até porque, como em outras eleições, os nomes que realmente podiam fazer oposição a Vladimir Putin, o eterno incumbente, foram impedidos de levar as suas candidaturas até ao fim.
Durante o último mandato de Putin, a Rússia deu início a uma invasão em grande escala na Ucrânia, vários oligarcas caíram misteriosamente de várias janelas, as sanções passaram a impedir os séquitos do Kremlin de se movimentarem no Ocidente, centenas de jornais e sites de notícias fecharam, o policiamento do discurso público tornou-se omnipresente, Navalny foi morto na prisão, milhares de rapazes deixam as suas casas todos os dias a caminho das linhas das frente, o grupo Wagner tentou encenar um golpe de Estado.
Mas nada disto é o pior cenário possível. O alerta é de Pavel Elizarov, activista russo-português que desde muito novo luta contra Putin. Fê-lo primeiro ao lado de Alexei Navalny, cuja morte atingiu de forma brutal todo o movimento pela democracia que se faz hoje, em grande parte, na diáspora, depois com Boris Nemtsov, assassinado em 2015. Agora em Portugal, esteve nas listas da Iniciativa Liberal pelo círculo fora da Europa.
As opções para uma Rússia nova são poucas - e todas complexas. Pavel fala-nos, em mais este episódio de O Mundo a Seus Pés, da forma da comunidade russa exilada e também do longo processo que ainda tem de existir, a partir de dentro da Rússia, até que toda esta força exterior possa regressar ao país para ajudar na sua democratização.
Este episódio foi conduzido pela jornalista Ana França e contou com a sonoplastia de Tomás Delfim e João Martins. O Mundo a Seus Pés é um programa semanal da editoria internacional do Expresso. A condução do programa é rotativa entre os jornalistas Pedro Cordeiro, Manuela Goucha Soares, Ana França e Hélder Gomes.
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