O que correu mal na TAP? Hugo Mendes, ex-secretário de Estado, e Frederico Pinheiro, ex-adjunto, respondem a Daniel Oliveira
Hugo Mendes e Frederico Pinheiro escreveram um livro conjunto sobre a viagem mais turbulenta da TAP. No livro editado pela Zigurate, citam Oscar Wilde: “Nunca expliques. Os teus amigos não precisam disso e os teus inimigos, seja como for, não acreditarão em ti.” No entanto, querem explicar a amigos e inimigos o que aconteceu nestes meses e porquê. Ouça a conversa com Daniel Oliveira, no podcast
O nome do livro, “Patos desalinhados não voam”, nasce da ideia de que para uma política correr bem tem de alinhar um conjunto de elementos, a que carinhosamente chama patos, para que levantem voo. A definição do problema, a informação empírica sobre o problema; a narrativa do problema; os aliados para o resolver; e as medidas tomadas. Segundo os dois autores, faltou a narrativa e faltaram os aliados.
Hugo Mendes era um secretário de Estado pouco ou nada conhecido dos portugueses. Braço direito de Pedro Nuno Santos, foi seu adjunto e chefe de gabinete, até ficar, como secretário de Estado, com o explosivo dossier da TAP. Acabou por ser responsabilizado pela indemnização a Alexandra Reis e ficar no olho do furacão da crise política que também levaria à saída do governo de Pedro Nuno Santos, o mais forte candidato à liderança do PS. Frederico Pinheiro era ainda menos conhecido da opinião pública. Entrou para os gabinetes do governo durante a “geringonça”, quando Pedro Nuno Santos tinha os assuntos parlamentares, um lugar sensível para as conversações com o PCP e o Bloco. É quem concentra mais informação sobre todo o dossier da TAP, durante o processo de nacionalização e reestruturação da empresa.
É mais que uma entrevista, é menos que um debate. É uma conversa com contraditório em que, no fim, é mesmo a opinião do convidado que interessa. Quase sempre sobre política, às vezes sobre coisas realmente interessantes. Um projeto jornalístico de Daniel Oliveira e João Martins. Imagem gráfica de Vera Tavares com Tiago Pereira Santos e música de Mário Laginha. Subscreva (no Spotify, Apple e Google) e oiça mais episódios: