Nuno Rangel, CEO da Rangel Logistics: “Nunca ninguém está preparado para uma pandemia, mas demos a resposta que era preciso dar ao país”
No quinto episódio do podcast “O CEO é o limite”, rumámos a norte para conhecer o percurso de Nuno Rangel, CEO da Rangel Logistics, o líder que escolheu ser parte da solução durante a pandemia. Um episódio gravado ao vivo, no âmbito do Encontro Fora da Caixa, organizado pela Caixa Geral de Depósitos, do qual o Expresso é parceiro
Na vida como nos negócios há duas formas de agir perante o inesperado: ser parte do problema, ou ser parte da solução. No momento mais crítico da pandemia, com os aviões comerciais parados em terra, as empresas com atividade suspensa, e com o mercado da distribuição a enfrentar enormes constrangimentos, o CEO da Rangel Logistics, Nuno Rangel, escolheu ser parte da solução. E mesmo sem ter consciência no momento, inspirou os mais de 2.600 funcionários que lidera no grupo que herdou das mãos do pai.
“A pandemia não nos fez crescer, porque o único negócio que de facto cresceu foram as entregas”,recorda Nuno Rangel, reconhecendo, no entanto, que os trabalhadores da empresa se mobilizaram em torno de um propósito que deixou de ser meramente laboral. Como tantas outras organizações e vários sectores de, o grupo Rangel teve um forte impacto económico durante a pandemia. “Muitos dos nossos clientes - que são indústrias - pararam e com isso nós fomos forçados a parar também. Além disso, os transportes, nomeadamente a avião comercial que transporta grande parte das nossas cargas, também ficaram em terra dificultando a distribuição”, recorda.
Ainda assim, a Rangel assegurou a distribuição das primeiras vacinas de resposta à Covid-19, distribuiu ventiladores pelos hospitais do pais, acompanhou as necessidades logísticas da indústria farmacêutica - onde o número de encomendas e, consequentemente, a necessidade de entrega, duplicou - e, destaca o gestor de 43 anos, “fomos a empresa que mais voos charter trouxe da China com equipamentos de proteção para a Covid-19”. Nunca ninguém está preparado para uma pandemia, diz, "mas demos a resposta que o país precisava que fosse dada”.
Em 2023, os desafios são outros. Nuno Rangel admite preocupação com o contexto socioeconómico e com o impacto que a guerra na Europa, sem fim à vista, possa ter no sector. "A pandemia ditou os últimos anos. A Ucrânia vai ditar este", lamenta Nuno que tem apenas uma certeza: agora, como em 2020, o grupo que lidera e as suas pessoas serão parte da solução.
O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer.
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