Henrique Monteiro, que era diretor-adjunto em 1997 e teve um papel central no salto digital do jornal, conta-nos como a grande discussão já na altura foi se os jornais digitais deviam ser pagos ou não (hoje ninguém tem dúvidas). João Vieira Pereira, atual diretor do Expresso, explica como a revolução nos media e os novos dramas de financiamento colocam como prioridade absoluta dar aos assinantes informação com a qualidade Expresso, todos os dias. E Joana Beleza, que é subdiretora de áudio e multimédia do Grupo Impresa e responsável por nascerem podcasts como coelhos, deixa um conselho: não há jornalismo sem investimento, é preciso pôr dinheiro e chamar os melhores.
Em 1997, o estrondo foi a morte da princesa Diana, que levou o Expresso a fazer uma edição especial da Revista, enquanto na primeira página do jornal se lia "Xeque Mate à rainha". O ano político, com Guterres no poder e Marcelo na oposição, foi cordato - até assinaram cartas conjuntas para forçar a adesão de Portugal ao euro. Com a Expo 98 já no horizonte, o comissário da exposição, Cardoso e Cunha, demitia-se por derrapagem nos dinheiros. E o Expresso ia somando títulos que davam que falar. "Marcelo é pura gelatina política", dizia Manuel Maria Carrilho. "Há dias em que vejo o telejornal e fico arrepiado", confessava Jorge Coelho. "Devemos voltar à ditadura dos ministros das Finanças", defendia Cavaco Silva.
Lá fora, a ciência deu um salto com a Ovelha Dolly, o primeiro mamífero a ser clonado com sucesso. A Grã Bretanha devolveu Hong Kong à China. E por cá, na Zambujeira do Mar, Luís Montez lançava a primeira edição do Festival Meo Sudoeste. E em Lisboa abria o Centro Comercial Colombo. Mas a maior novidade seria a entrada na era digital: o Expresso passou a estar disponível na internet a 12 de julho, às duas tarde.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: AVSilva@expresso.impresa.pt