2013 foi um annus horribilis. Portugal sob resgate, a troika sem dar folga, o país estourado, as grandoladas nas ruas e o Governo de Passos Coelho e Paulo Portas a deslaçar. Há dois homens - Luís Montenegro e Nuno Magalhães, ex-líderes parlamentares do PSD e do CDS - que viveram por dentro dramas e segredos da coligação que esteve por um fio (lembram-se da demissão 'irrevogável' de Paulo Portas?). E é com eles que revisitamos histórias desse ano louco, neste episódio do Liberdade para Pensar, com Ângela Silva
Ambos estão nostálgicos da coligação PSD/CDS - Magalhães diz que "o CDS não está morto e faz falta" e Montenegro reconhece ao "parceiro principal" uma prova "medonha", mas promete não lhe lançar nenhuma OPA. Para já...
Em 2013 tivemos que cortar 1,3 mil milhões na despesa, houve Orçamentos chumbados por suspenderem subsídios de férias de trabalhadores e reformados e cortarem baixas e subsídios de desemprego, e o Tribunal Constitucional tornou-se o alfa e o ómega da política portuguesa. Vítor Gaspar demitiu-se, Portas bateu com a porta, Passos não o deixou sair, Cavaco chamou António José Seguro, o PS disse 'não' e a AD foi dando a volta.
Eanes, Sampaio e Soares fizeram neste ano o que cavaco fez há dias- queixaram-se do estado da pátria. E os media viveram quase monofocados - a competir com a crise houve pouco mais do que dois temas: o Offshore Leaks, que apanhou portugueses numa rede off shore de fuga ao fisco; e o caso Snowden, que nos alertou para uma rede de espionagem eletrónica dos EUA. Do Vaticano chegou um gesto inédito, a renúncia do papa Bento XVI e a eleição do Papa Francisco. E por cá, o Vasco Palmeirim pôs a rádio a cantar o "Vivi", uma rábula a Vítor Gaspar, que foi uma peça-chave nesta história.
50 anos de História: o que se tira das manchetes do Expresso para o debate que importa fazer hoje? Todas as semanas, ao longo de 2023, Ângela Silva, Cristina Figueiredo e Paulo Baldaia partem ano a ano com convidados especiais: políticos, economistas, artistas, figuras que marcam a sociedade portuguesa. Ao todo, 50 debates sobre 50 anos de Portugal. Sem dogmas, para pensar o mundo. Todas as sextas-feiras, com Liberdade para Pensar.