Deixar o Mundo Melhor

Ricardo Araújo Pereira: “Há poucas sensações no mundo que me deem mais prazer do que uma gargalhada que faz as paredes da casa abanarem”

Todas as pessoas em Portugal o conhecem, mas ele diz que deve ser “a única pessoa do país que acha que tem mais reconhecimento do que merece”. O humorista e principal rosto do programa Isto É Gozar Com Quem Trabalha, Ricardo Araújo Pereira, em entrevista (séria) a Francisco Pinto Balsemão no podcast Deixar o Mundo Melhor, sobre o seu percurso académico, o estágio no Jornal de Letras, a gargalhada como motor e objetivo principal de cada piada, a família, o Gato Fedorento e o Benfica

Nasceu três dias depois do 25 de Abril de 1974, estudou em colégios de freiras vicentinas, frades franciscanos e padres jesuítas, é ateu, foi militante do Partido Comunista Português, e ainda hoje acha que a sua "performance não é grande coisa". Ricardo Araújo Pereira, um português que todos conhecem - e de quase todos gostam - desconcertantemente sério nesta entrevista, em que nem sequer tentou fazer rir o entrevistador.
Lisboeta, benfiquista e pai de família, licenciou-se na Universidade Católica Portuguesa porque "era um percurso natural para quem saía do Colégio São João de Brito. Quanto ao curso de Comunicação Social, escolhi-o por não haver um curso para o que queria fazer. Uma pessoa que quer escrever textos humorísticos, tem de fazer o seu próprio curso, e foi isso que fiz. Tinha uma obsessão por ver o que acontece ao rosto de uma outra pessoa quando se ri".
Não esqueceu o estágio feito no Jornal de Letras quando tinha 23 anos, a entrevista a Sophia em que a poetisa lhe ofereceu "chá com bolinhos", mas foi no humor que se encontrou profissionalmente. Gosta do riso "porque faz o tal barulho que me pagam para produzir, e porque é uma espécie de válvula da panela de pressão". Dos Gato Fedorento ao Isto é Gozar com quem Trabalha, o humorista tornou-se a oposição alternativa ao estado da governação em Portugal. "Rir e chorar podem ser emoções vizinhas que representam um alívio de tensão", e é isto.
NUNO FOX

Francisco Pinto Balsemão lança o podcast “Deixar o Mundo Melhor” para assinalar o início das comemorações dos 50 anos do Expresso. Durante 50 semanas, e em contagem decrescente para o dia de aniversário a 6 de janeiro de 2023, o fundador e primeiro diretor do jornal entrevista 50 personalidades marcantes dos mais diversos sectores da sociedade.

Com música original de Luís Tinoco, a sonoplastia é de Joana Beleza e João Luís Amorim, o vídeo e a edição de José Cedovim Pinto, Carlos Paes e Rúben Tiago Pereira. A transcrição é de Joana Henriques e o apoio à edição de Manuela Goucha Soares. Imagem gráfica de Marco Grieco e produção de Margarida Gil.

“Deixar o Mundo Melhor” pode ser ouvido no site do Expresso e em qualquer plataforma de podcasts. Também pode ler uma versão sintética desta conversa na revista do Expresso de 28 de outubro. Oiça aqui os outros episódios:

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: piquete@expresso.impresa.pt

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