Deixar o Mundo Melhor

Arlindo Oliveira: “Os computadores têm aprendido bastante. Às vezes tão bem que até pensamos que são realmente inteligentes”

Em entrevista a Francisco Pinto Balsemão, no podcast Deixar o Mundo Melhor, o especialista em Inteligência Artificial fala da sua formação académica, os cargos importantes que ocupou e a paixão por algoritmos, computadores e tabuleiros de xadrez. De malas feitas para o Japão, Arlindo Oliveira explica ainda as investigações em que está envolvido, mas também as tendências no digital, como o metaverso e os NFT. "Preocupa-me mais a guerra no mundo real, do que uma guerra no mundo virtual. Preocupa-me mais a fome e o sofrimento no mundo real do que o que as pessoas possam fazer no mundo virtual. Apesar de tudo, acho que os maiores desafios que temos estão no mundo real", afirma

Nasceu em Angola a 4 de junho e há muito que vive fascinado pela ideia de "fazer as máquinas aprenderem". Arlindo Oliveira, ex presidente do Instituto Superior Técnico - a instituição mais importante da sua vida - estuda a "subárea da inteligência artificial e a ideia de fazer os computadores aprenderem a partir da experiência". Encara as máquinas como "uma espécie de papagaios que papagueiam muito bem, [e que] aprendem as estatísticas, as relações entre as palavras, os conceitos e as ideias".

Para este investigador, apaixonado por xadrez, o "cérebro humano também é uma máquina estatística que parece inteligente, só que a nossa estatística é muito mais complexa" do que a das máquinas.

O académico, que tem dedicado parte da carreira à gestão, lembra que em Portugal, a "burocracia no sistema público é muito pesada, [sendo] mais fácil criar uma instituição privada [para] investigadores e professores aí desenvolverem a sua atividade profissional. Por exemplo, comprar uma viagem [de trabalho], um reagente, ou um equipamento, é muito mais fácil numa instituição privada do que numa instituição pública. E isso é a razão essencial pela qual se criaram as instituições mais ágeis e mais eficazes" para fazer investigação. Está de partida para o Japão para um projeto de investigação que irá durar cerca de dois meses.

NUNO BOTELHO

Francisco Pinto Balsemão lança o podcast ‘Deixar o Mundo Melhor’ para assinalar o início das comemorações dos 50 anos do Expresso. Durante 50 semanas, e em contagem decrescente para o dia de aniversário a 6 de janeiro de 2023, o fundador e primeiro diretor do jornal entrevista 50 personalidades marcantes dos mais diversos setores da sociedade.

Com música original de Luís Tinoco, a sonoplastia é de Joana Beleza e João Luís Amorim, o vídeo e a edição de José Cedovim Pinto, Carlos Paes e Rúben Tiago Pereira. A transcrição é de Joana Henriques e o apoio à edição de Manuela Goucha Soares. Imagem gráfica de Marco Grieco e produção de Margarida Gil.

‘Deixar o Mundo Melhor’ pode ser ouvido no site do Expresso e em qualquer plataforma de podcasts. Também pode ler uma versão sintética desta conversa na revista do Expresso de 22 de julho. Oiça aqui os outros episódios:

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: piquete@expresso.impresa.pt

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