As Crianças Importam

A alimentação infantil saudável tem de ser o prato principal

O Sistema de Vigilância Nutricional Infantil do Ministério da Saúde registou uma diminuição do excesso de peso entre as crianças portuguesas, tendo passado de uma prevalência de 37,9% em 2008 para 29,6% em 2019. Coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, o relatório alerta, contudo, que este problema aumenta com a idade e que é nos Açores que encontra os seus piores indicadores, com um terço das crianças desta região autónoma a terem excesso de peso. O problema existe e há que alterar o ambiente obesogénico em volta dessas mesmas crianças para que as medidas tomadas sejam mais efetivas

A alimentação infantil saudável tem de ser o prato principal

Rute Agulhas

Psicóloga, coordenadora do Grupo VITA

Um dos temas mais quentes das últimas semanas é a decisão tornada pública referente às normas de elaboração de ementas e venda de géneros alimentares nos estabelecimentos de educação e ensino. Pretende-se que as escolas públicas comecem a oferecer refeições "nutricionalmente equilibradas, saudáveis e seguras”. O que está de errado na alimentação das nossas crianças nas escolas? Será uma medida necessária ou exagerada?

A Direção-Geral da Saúde afirma que "a alimentação na infância tem um papel determinante no crescimento e desenvolvimento das crianças e é neste período que se moldam os gostos e preferências alimentares e que se programa a saúde futura". As crianças tendem a imitar o que vêm nos seus adultos de referência e, de um modo geral, quando os pais têm hábitos alimentares saudáveis, os filhos também os terão. É preciso não esquecer também que a pandemia e os repetidos confinamentos diminuíram a possibilidade de muitos portugueses praticarem exercício físico. Em alguns casos houve maus hábitos alimentares que se instalaram. Noutros casos, a permanência em casa permitiu procurar alternativas e melhorar a alimentação. Mas, para uns e para outros, houve mudanças com a pandemia e agora é altura de acertar as contas com a saúde. Aos educadores cabe o papel orientador e este episódio traz sugestões e alertas que convém ter em conta.

Com a participação da jurista Odete Severino Soares e da psicóloga Rute Agulhas, conversámos com a diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde, Professora Maria João Gregório, e com Bruna Gonçalves, estudante de Setúbal, com 13 anos. Uma conversa que espera poder ajudar as famílias a conquistarem hábitos alimentares e um ambiente mais saudável. O debate é guiado e moderado pela jornalista Christiana Martins e a sonoplastia é de João Luís Amorim. A cada 15 dias, voltamos com um novo tema e com a participação de especialistas e crianças e jovens.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: CAMartins@expresso.impresa.pt

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