A Beleza das Pequenas Coisas

Renata Cambra: “Uma mulher, jovem, com voz na política é uma ameaça aos poderes instalados. Mas é urgente que a tenha! Não me sinto representada no parlamento”

Renata Cambra: “Uma mulher, jovem, com voz na política é uma ameaça aos poderes instalados. Mas é urgente que a tenha! Não me sinto representada no parlamento”

Bastou um debate na televisão com os partidos mais pequenos nestas últimas legislativas, para que Renata Cambra desse que falar nos media e nas redes sociais. A porta-voz do Movimento Alternativa Socialista olha com desconfiança para a maioria absoluta do PS, afirma que quer acordar a esquerda e dar um pontapé no sistema capitalista para aliviar o “sufoco” dos trabalhadores precários. Conheçam-na melhor neste episódio de “A Beleza das Pequenas Coisas”, uma conversa com Bernardo Mendonça

Renata Cambra chamou a atenção mal apareceu num debate na RTP que colocou frente a frente os líderes dos partidos que não tiveram assento parlamentar na última legislatura. No Twitter o seu nome passou, de um momento para o outro, a ser uma das ‘trends’ mais citadas. E já houve quem considerasse a porta-voz do Movimento Alternativa Socialista como a nova estrela da política nacional, a rainha dos adereços nas últimas Legislativas ou a candidata que quer meter o dedo na ferida no Parlamento. O que é certo é que Renata quase duplicou o resultado do seu partido nestas últimas eleições legislativas com o mote “Acordar a Esquerda!”.

Terá a esquerda despertado para os perigos do crescimento de uma direita mais extrema em Portugal, dando a maioria absoluta ao PS? E esta faca e queijo que está agora nas mãos do governo de Costa apresenta novos riscos democráticos ou é mesmo a estabilidade que o país há muito precisava? “Estabilidade significa resolver problemas de fundo. Se com a ‘geringonça’ o governo de Costa não o fez, com a maioria absoluta torna-se mais duvidoso que o faça”, afirma Renata para depois acrescentar: “Sinto um sufoco em mim e nos outros trabalhadores precários. Por isso me custa tanto a esquerda ‘a passar pano’ ao que o governo PS faz”. 

Aos 30 anos, esta professora de português, que se assume precária e que foi forçada a emigrar uns anos nos tempos da troika e de Passos Coelho no governo não esconde que há quem a olhe com condescendência e desconfiança por ser uma mulher jovem na política. “Só não sentiria paternalismo e machismo se estivesse a viver no meio do mato. Esse tipo de opressão serve para dividir e que uma fatia da sociedade receba menos por ser mulher, por exemplo.”

Mas há muito mais para ouvir neste episódio, onde Renata chega a partilhar as suas músicas preferidas, trauteia uma canção de Capicua e lê um excerto de um poema de Maria Teresa Horta.

Como sabem, o genérico desta nova temporada é uma linda criação original da Joana Espadinha, com mistura de João Firmino (vocalista dos Cassete Pirata). A nova imagem é assinada pelo fotógrafo Tiago Miranda e pelo gráfico Mário Henriques. O retrato é da autoria de João Carlos Santos. E, como habitualmente, a edição áudio deste podcast é do João Luís Amorim.

Voltamos para a semana, com mais uma pessoa convidada. Até lá escrevam-nos, comentem, classifiquem o podcast e, já sabem, pratiquem a empatia e boas conversas!

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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