Os primeiros dias nas Finanças foram um rebuliço: João Leão passou a pasta, é verdade, com meio Orçamento desenhado, mas a conjuntura mudou e o ministro é novo. Houve duas reuniões do Conselho de Ministros (de “várias horas”, diz Fernando Medina) e várias noitadas de trabalho. Mas esta quarta-feira, depois de entregar o OE-
-2022 no Parlamento a tempo e horas, Medina mostrava-se tranquilo: “Foi a primeira vez que um Orçamento foi entregue à luz do dia e em que ficámos à espera deles”, lança o novo todo-poderoso homem das Finanças. Fernando Medina é o primeiro ministro de perfil político da era António Costa (já lá vamos), mas por ora nada disso se nota no discurso: horas certas, contas certas.
“Ter contas certas é uma política de esquerda”, diz ao Expresso numa conversa a meia hora da sua primeira conferência de imprensa na nova pele. E entra no ministério com assumida preocupação: “Estamos numa fase de grande incerteza, com dúvidas sobre o andamento de indicadores fundamentais” — os do país e os de “lá de fora”. A guerra continua, o preço da energia disparou, os alimentos escasseiam e sobem de preço, os patrões pedem mais medidas, a oposição exige aumento dos salários ou descida de impostos. Mas Medina acredita que neste seu primeiro exercício orçamental é tempo de apertar o cinto e respirar fundo. “Temos de fazer um percurso este ano para avançarmos na consolidação das contas públicas, para podermos ter margem, folga, para ser gerível.”
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