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Opinião

O “Estado da Palestina” e a diplomacia portuguesa no mundo das quimeras

Em 31 de Julho, o Governo fixou condições claras: desarmamento do Hamas, libertação dos reféns, reforma institucional, eleições, administração palestiniana em Gaza, desmilitarização e reconhecimento de Israel. Nada disto se cumpriu. E, ainda assim, o Governo avançou com o reconhecimento. Que mudou? Nada, a não ser a pressa política de dar um sinal vazio, alinhado com o que crê ser o zeitgeist

Há quem insista que reconhecer o Estado da Palestina é um imperativo moral. Não é. O reconhecimento de um Estado não é um gesto de compaixão, é um acto jurídico e político com consequências. Convém, portanto, perguntar: que Estado é esse que Portugal decidiu reconhecer?

Neste debate, aliás, impera um vil paradoxo: os que, em nome da “defesa da Palestina”, menorizam as atrocidades das suas lideranças, dizendo, no melhor cenário, que não se pode confundir o “povo” com as suas lideranças, são os mesmos que, por causa dos crimes de guerra de responsabilidade de Benjamin Netanyahu, não hesitam em acusar Israel como um todo de genocídio. A uns o indulto, a outros a condenação. À Palestina o bónus, a Israel o ónus.

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