Moedas nunca é responsável, é sempre vítima chorosa. No que é estratégico e na emergência, é a antítese de um líder. Como são todos os que julgam que a política começa quando se ligam as câmaras
Carlos Moedas nunca teve uma relação com Lisboa. Apenas a viu como um trampolim. Não é o primeiro. Mas o trampolim é um teste. A incapacidade de compreender e travar o excesso de turismo e a explosão do preço da habitação não começaram com Moedas. Mas, ainda assim, consigo encontrar mudanças positivas na cidade no mandato de Medina. Digam-me de uma nestes quatro anos. O balanço está na sua lista: afastou quase todos os vereadores, porque são sempre os outros a falhar. E está na patética carta que escreveu à cidade para anunciar a sua recandidatura: sofreu muito, porque a oposição que lhe viabilizou todos os orçamentos e quase todos os erros não o deixou governar. As vítimas não têm de mostrar trabalho, só sofrimento. E a choramingar é imbatível. A câmara nunca foi, para Moedas, mais do que um palco para outros voos. Isso poderia torná-lo exigente consigo mesmo. Mas, à falta de competência e programa, apostou tudo na construção da sua imagem. O ponto alto do seu mandato foi a visita do Papa, quando mobilizou os meios da câmara para se pôr no centro do evento. Até quando Francisco morreu foi de si mesmo que falou. Assim como usou meios e assessores pagos por nós para a produção de um livro sobre si. Assim como tem sido repetidamente admoestado pela CNE pela utilização dos múpis da autarquia para propaganda pessoal. Isto enquanto ataca quem, como ele fez há quatro anos, põe outdoors na rua. A autarquia é a montra de uma loja vazia.
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