Ex-Diretor; Colaborador
Se devemos levar a sério, e com firmeza, os ataques ao sistema democrático desencadeados pelo partido de André Ventura, bem como por outras forças políticas extremistas, não é menos verdade que só podemos encarar a atitude do ex-primeiro-ministro em tribunal como um constante ataque a algo que deveria ser sagrado para os democratas: os direitos da defesa em pleito
Miguel Poiares Maduro, homem que é insuspeito de não compreender bem os meandros do Direito, avisou na última edição do Expresso (sexta-feira passada): “A lei tem de oferecer todos os direitos de defesa necessários à garantia de um processo justo, mas não pode permitir o seu abuso”. Tem toda a razão. Sobretudo porque temos assistido, constante e continuadamente, ao uso indecoroso desses direitos por parte de alguém que foi líder de um partido central do nosso sistema político e, mais do que isso, primeiro-ministro do país. As táticas, fintas e manobras de José Sócrates são indignas de um homem que se pretende responsável; são do tipo “apanha-me, se puderes” e não do comportamento de um justo: “aqui estou eu para esclarecer o que foi necessário”.
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