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Opinião

O milagre da despolitização dos incêndios

Montenegro conseguiu que tudo o que é político, do ordenamento do território ao eucalipto, da economia da floresta a falhas operacionais, desaparecesse. Sem perguntas, com o PR como escudo e a MAI fechada numa cave, fez do fogo posto (também houve em 2017) tema central, lançando suspeitas vagas e prometendo substituir-se à polícia. O Governo passou de ator a vítima

Se compararmos com os incêndios de 2017, bem diferente é o papel do Presidente. Onde antes fazia avisos no terreno, hoje presta solidariedade incondicional em Conselho de Ministros. Bem diferente é o comportamento da comunicação social. Onde antes procurava responsabilidades, hoje assiste a briefings sem perguntas. E, no entanto, há política para debater. Já não falo da repetição de erros, como falhas graves no corte inicial de estradas, que só não acabaram em tragédia por sorte. Ou da fraquíssima comunicação prévia às populações. As coisas estão melhores porque o sobressalto nacional de 2017 levou a que se tomassem medidas nos anos seguintes. Mas, mais uma vez, há debates políticos a que temos de regressar.

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