O “Persopolis”, um grande manifesto feminista de Marjane, foi proibido em várias escolas americanas por “islamafobia”. Como diz a autora, “foi preciso que o imã de Filadélfia viesse dizer que adorava o meu livro e que eu estava a lutar contra o fanatismo para que a loira ateia concordasse em abri-lo”. Esta esquerda identitária trai as dissidentes muçulmanas da mesma forma que a velha esquerda marxista traía os dissidentes da URSS
Se lerem “Mulher Vida Liberdade” (Iguana) da iraniana Marjane Satrapi vão perceber porquê. Porque é que os alegados progressistas ocidentais odeiam as progressistas muçulmanas que estão a lutar no terreno contra as comunidades e os países mais machistas do mundo, os países muçulmanos e as comunidades muçulmanas na Europa? Porquê? Porque é que o alegado feminismo ocidental se transforma num aliado dos piores machistas do mundo contra as grandes heroínas contemporâneas do feminismo, as reformistas muçulmanas? De onde vem esta traição da esquerda que anda a passear com bandeiras do ISIS pelas ruas e faculdades? O mesmo ISIS que foi combatido pelas heroínas curdas no terreno de batalha.
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