O suplemento de missão na PJ alimentou um sentimento de injustiça relativa na polícia, o que é sempre um risco para a democracia. Não sendo as duas forças equiparáveis, o suplemento da PJ não devia ter avançado sem uma revisão das remunerações da PSP, GNR e guardas prisionais. É um tema em que o governo de gestão não deve mesmo agir. Devem os partidos, olhando para as contas e posicionando-se
Sobre algumas formas de luta dos polícias, que considero inaceitáveis, já escrevi, prometendo ir à substância do tema. Como seria injusto ficar pela a crítica à forma sem tentar perceber o conteúdo, aqui vai, antes que o tema desapareça na voragem da agenda mediática.
Mais do que a evolução da sua situação salarial ou de estatuto, o sentimento relativa é o mais poderoso rastilho para qualquer mobilização social. Polícias e militares da GNR apenas reforçam a esta evidência. O que está em causa é a atribuição de um suplemento de missão na Polícia Judiciária, incorporando num único valor o subsídio de risco e todos os extras, como o ónus pela insalubridade e penosidade e a compensação pela exclusividade. Pouco importa que o suplemento para a PJ seja a transposição de uma lei orgânica que estava à espera de ser regulamentada desde...2001. O aumento de quase 550 euros por mês, passando para 1026 euros um suplemento que até ao fim do ano passado valia 478, bastou para incendiar forças policiais desgastadas por anos de baixos salários.
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