Na busca incessante de “safe spaces”, muitos pais não deixam as crianças andar sozinhas na rua, exigem que a creche tenha uma app com câmaras; não levam os filhos a funerais, a cemitérios ou a lar de idosos, nem sequer visitam a avó que vive sozinha; não deixam os filhos trabalhar nas férias, nem deixam as crianças cozinhar porque se podem queimar ou cortar
Eu não tenho muita paciência para os choques entre gerações, que é o fenómeno mais banal da história: todas as gerações mais novas desafiam as anteriores; e todas as gerações mais velhas acham que os mais novos estão errados. Por exemplo, os mais velhos neste momento acham que os mais novos são demasiado conservadores e puritanos na sexualidade. Mas, no final do dia, há uma síntese, ou haverá. São duas maneiras diferentes de se ver a vida adulta. Porém, fico muitas vezes a pensar que há algo diferente no atual choque entre gerações: o que leva um pai a ir à faculdade intrometer-se na vida académica do filho que já é um adulto?
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