Exclusivo

Ensino

“Caramba, isto parece o liceu, estão sempre irrequietos”: universidades queixam-se da imaturidade dos alunos e da interferência dos pais

“Caramba, isto parece o liceu, estão sempre irrequietos”: universidades queixam-se da imaturidade dos alunos e da interferência dos pais

Professores universitários queixam-se de uma interferência cada vez maior de pais na vida académica dos estudantes. Especialistas alertam para a progressiva diminuição da autonomia e aumento da imaturidade dos jovens

Na semana passada, a coordenadora da licenciatura em Ciências da Comunicação da Universidade Nova de Lisboa mandou aos 383 estudantes do curso um e-mail taxativo: “Mensagens enviadas por pais de alunos não terão resposta.” O objetivo foi travar a interferência das famílias na vida académica dos jovens, que Marisa Torres da Silva garante ser cada vez maior. “Os contactos por parte de pais, que antes não existiam, estão a tornar-se comuns. Os exemplos sucedem-se. O pai de uma aluna mandou um e-mail a refilar por causa de uma nota. Outro queixou-se a todos os órgãos da faculdade porque a filha não tinha vaga numa disciplina opcional. Uma mãe escreveu a reclamar por não ter sido dada equivalência ao filho numa determinada cadeira”, enumera. Perante a multiplicação dos casos, a professora optou agora por impor limites à comunicação. “Sentimos necessidade de deixar claro que, por princípio, não respondemos a pais. Os alunos são maiores de idade e não devem ser infantilizados. Não alinhamos numa dinâmica que contribua para lhes retirar autonomia e maturidade.”

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: JBastos@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate