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Opinião

Os fantasmas que nos assombrarão (e despedida)

Os fantasmas que nos assombrarão (e despedida)

Francisco Louçã

Economista, Professor Catedrático

Vivemos uma crise de regime em que a hegemonia só é conseguida pela brutalização das relações sociais, com a criação de insegurança para a maioria das pessoas

Não foi um bom ano. E, se deixa uma certeza, é de que todos os fatores de tensão que revelou só se podem agravar em 2024. Neste texto final, quero apontar duas das questões em que o novo ano será revelador.

A primeira é a mais evidente: vivemos uma crise de regime. Mas porque é que é uma crise de regime? Por uma razão essencial, a hegemonia só é conseguida pela brutalização das relações sociais. A lista é imensa: precarização e degradação salarial das qualificações, ou a marginalização dos jovens; aumento dos custos da saúde, ou a atemorização dos idosos; uso de imigrantes sobre-explorados para suportarem a restauração ou a agricultura; voragem de guerras e militarização, ou a banalização do mal e dos seus títeres, de que Netanyahu é agora a forma mais eloquente. Em comum está a criação de insegurança para a maioria das pessoas. À população que pede ordem é oferecida a desordem dos bufões como solução de autoridade; quanto mais agravam a crise do regime que fez o seu poder, mais espaço encontram para a bufonaria.

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