O historiador israelita Adam Raz fez o trabalho de sapa para mostrar, através de declarações públicas de aliados e adversários internos, como Netanyahu tem uma aliança tácita com o Hamas para fragilizar a Autoridade Palestiniana e impedir a solução dos dois Estados. A escolha entre o Hamas e o atual governo de Israel é um logro. Trabalham um para o outro. Ela tem de ser entre quem está disponível para negociar
"Nós somos o povo da luz, eles são o povo das trevas". A frase, referindo-se a judeus e a palestinianos, poderia ser do Hamas em sentido inverso, mas é de Benjamin Netanyahu, dita no preciso momento em que o "povo das trevas" era dizimado no gueto de Gaza. Porque, nas convicções mais profundas, que baseiam em argumentos religiosos o direito a ocupar aquela terra, é mais o que aproxima os fanáticos que apoiam o atual primeiro-ministro israelitas e os que apoiam o Hamas do que aquilo que os separa. Dirão que usam métodos diferentes. Mas o partido de Netanyahu descende do Irgun, que pôs bombas num hotel e atacou aldeias de árabes civis. A diferença é que Netanyahu dirige um Estado e tem um exército. Tem outros meios para a matança ser esteticamente mais “limpa”. Não os tivesse...
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