Exclusivo

Opinião

Quando o secular rentismo expulsa a boa moeda

A crise da habitação impõe duas enormes transferências de recursos. A primeira é do trabalho e do resto da economia para a banca e atividades rentistas. A segunda é dos mais jovens para as gerações que tiveram condições favoráveis para comprar casa. Uma transferência que não se faz em nome da solidariedade intergeracional, mas da exploração desproporcionada de uma necessidade básica

Pelo menos desde o fim da pandemia que a crise da habitação se tornou no tema mais recorrente dos meus textos. Está a acontecer em toda a Europa e em boa parte do mundo mais desenvolvido, deixando evidente que não é possível, num mercado aberto e globalizado, permitir que as cidades sejam totalmente financeirizadas. A transformação da habitação num ativo financeiro está a ter efeitos de tal forma devastadores que os Estados terão de reaprender o que há muito tempo deixaram de fazer na Europa e nos Estados Unidos: políticas públicas e regulatórias musculadas.

Cidades geridas pelo mercado são como países geridos pelo mercado. Se o Estado se demite, até para o mercado se tornam um problema.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: danieloliveira.lx@gmail.com

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate