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Opinião

Rebelião Wagner: qual a natureza do acordo aparentemente negociado por Lukashenko?

Estes mercenários não são suficientes para invadir a Ucrânia, mas chegam para, com uniformes apátridas, tentar executar uma “operação especial” sobre Kiev, isto com o objetivo de bloquear os centros de poder. Afinal, esta era a ideia inicial de Putin, aquela que Prigozhin disse que executaria em apenas um dia caso a missão lhe tivesse sido entregue. Os ucranianos estão alerta e Kiev bem defendida, pelo que esta seria uma tentativa tão tresloucada quanto a obstinação em tomar Bakhmut, ou a “marcha pela justiça”. Contudo, todo o cuidado é pouco

A rebelião Wagner ficará para a História como um dos episódios mais estranhos desta guerra provocada pela Rússia. Pouco sabemos do que realmente se passa no terreno, e pouco se sabe sobre o que se passa na Rússia, quais as lealdades e oposições que Putin está a gerir. Tudo é pois possível: o regime pode estar prestes a implodir ou, pelo contrário, a rebelião Wagner abriu um novo capítulo no percurso desta guerra desgraçada.

Apesar de quase todos os analistas ocidentais coincidirem na ideia que Putin saiu enfraquecido deste fim de semana, convém não tomar a ideia por dado adquirido. Se, por um lado, a “marcha Wagner” mostrou as fragilidades de segurança militar da Rússia, por outro, evidenciou que as forças armadas mantiveram-se leais a Putin, isto quaisquer que tenham sido os motivos para o fazerem neste momento. Sobretudo, importa não esquecer que o ADN de Putin é o de um agente de serviços secretos. Com ele, quase tudo o que parece não é.

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