Há precisamente um ano, afirmei numa palestra que tinha dúvidas que a Rússia fosse invadir a Ucrânia, tal como insistentemente se falava e como as movimentações militares russas junto da fronteira ucraniana deixavam antever.
Lembro-me que justifiquei a minha convicção com base em duas premissas: a primeira, que Vladimir Putin não iria quebrar o princípio, que vigorava na Europa desde o fim da II Guerra Mundial, de que os conflitos entre Estados resolvem-se por via diplomática (a guerra na Jugoslávia resultou da desintegração da mesma, e não da invasão de um Estado terceiro); a segunda, que a ameaça de sanções pelo Ocidente seria suficiente para demover Putin, isto não só pelo potencial de colapso económico do Estado russo como, também, pela pressão dos oligarcas, que não quereriam ficar impedidos de negociar com o Ocidente. Como nem seria necessário escrever, enganei-me redondamente.
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