Um militar português mais alinhado com a Rússia disse que a paz estava agora mais distante. A “paz” que alguns deseja é a do ocupante. Quem respeita o direito à autodeterminação apoia quem perturba a paz de quem esmaga a condição primeira para a liberdade, que é a soberania. Não faço coro com os falcões que, em cima dos cadáveres de outros, querem o “tudo ou nada”. Desejo a paz possível. Mas o seu grau de justiça depende do equilíbrio de posições. E cada derrota russa é um prego nos objetivos mais megalómanos de Putin
Foi através da força bruta que a Rússia combateu na Chechénia e na Síria. Chegou, arrasou e venceu. Não tendo do lado oposto exércitos organizados, lideranças militares sofisticadas e capacidade política para resistir, Vladimir Putin não precisava de mais do que bombas e falta de escrúpulos. Tentou fazer o mesmo na Ucrânia, mas a capacidade de resistência de uma sociedade um pouco mais organizada e o apoio que os ucranianos receberam de ouros países tornou a estratégia do rolo compressor inviável. Teve mesmo de combater no terreno e a força bruta serve-lhe de pouco. Sobretudo na terra dos outros.
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