Reis, como ela, Isabel já deu adeus a Farouk, ao Aga Khan, ao imperador Hiroito, ao xá da Pérsia, ao rei zulu e, quiçá, aos quatro do baralho
Eu e a rainha Isabel da Inglaterra nunca nos vimos ou trocámos uma palavra, mas isso não faz diferença entre nós. Damo-nos bem à distância, ela com seus afazeres, eu com os meus, e um não se mete com o outro. Acompanho-a pelas folhas praticamente desde que assumiu o trono, em 1952, e às vezes discordo de um ou de outro, que, como jornalista, ela me obriga a chamar de sir. Mas existe uma coisa que acho formidável a seu respeito: não sei de ninguém, em qualquer país ou época, que tenha sido agente e contemporâneo de uma tão vasta quantidade de História. Aos 96 anos, lúcida, ativa e usando aqueles chapéus de ninho de cegonha, Isabel sobrevive a todas os potentados com quem dividiu o noticiário nos séculos XX e XXI. Eles surgem, brilham e morrem ou se apagam. Ela prossegue.
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