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Opinião

Ou investimento militar, ou NATO. Ou autonomia, ou prolongamento dos EUA

A Europa está obrigada a defender-se a de uma potência que assumiu o papel agressor. Mas os interesses dos EUA e da Europa não são os mesmos. Um reforço do investimento militar europeu pode fazer sentido se tiver como função dar autonomia militar da Europa. Se o objetivo é garantir a defesa da Europa, deve ser ela a fazê-lo. A NATO nunca existirá como uma aliança militar entre pares. A diferença de investimento militar entre a Europa e os EUA não é causa desta subalternidade, é consequência

É evidente que a ocupação da Ucrânia e a ameaça russa que depois dela se tornou mais vocal e palpável deixam a Europa com um problema. E a esquerda europeia perante um dilema. A esquerda não é contra o direito dos povos defenderem a sua soberania territorial, é a favor. E desse ponto de vista, não é pacifista. Ou, pelo menos, o seu pacifismo tem o limite da autodeterminação dos povos. E é por isso que, pelo menos eu, reconheço a palestinianos e sarauís, como reconheci a vietnamitas e iraquianos, o direito à resistência armada perante o ocupante. Mesmo que defenda, em simultâneo, que o objetivo das armas é chegar a uma paz negociada. É também por isso é por isso que a esquerda está obrigada a defender a resistência ucraniana. E a perceber que a Europa tem o dever de se defender a si mesma de uma potência que assumiu o papel agressor e ameaçou vários países europeus. A questão é como deve fazê-lo.

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