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Opinião

Um azar nunca vem só

Finda a moratória do pagamento do serviço da dívida, as taxas de juro e o risco aumentam…Azar!

Quando em março de 2020 a OMS declarou a covid-19 uma pandemia, rapidamente se percebeu que as consequências económicas e financeiras não iriam deixar nenhum país de fora. E de entre estes, um vasto número de países em desenvolvimento, particularmente em África e, ainda mais especificamente, aqueles classificados como de baixo rendimento (22 em 24 países a nível mundial, ou seja, 40% do continente) ou de rendimento médio baixo (22 em 56), iria deparar-se com graves problemas a nível dos seus recursos, internos e externos, para enfrentar o impacto de tal calamidade. Em abril o G20 lançou a Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (externa) que tornava elegíveis 73 países dos quais 37 na África subsariana. No entanto, dos 48 países que recorreram a este mecanismo (dois terços em África), apenas 23% do serviço da dívida externa foram suspensos gozando de uma moratória que terminou no final de 2021. Dos 36,4 mil milhões de dólares que continuaram a ser pagos, cerca de 40% foram-no a credores privados e apenas 600 milhões de dólares foram anulados. Neste período, de acordo com o Banco Mundial, Angola beneficiou de uma potencial poupança de deferimento equivalente a 3,8% do PIB (situando-se no 5º lugar mundial e em terceiro em África, a seguir ao Jibuti e à Mauritânia) num valor de quase 3,5 mil milhões de dólares e só suplantado pelo Paquistão.

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