Indústria africana: e pur si muove

A importância económica relativa de África no contexto global sintetiza-se em: conta para cerca de 3% do comércio mundial de bens, 2% no que se refere a serviços e, na ótica da produção, tem uma quota de 1,6% no valor acrescentado da indústria transformadora. Numa leitura mais específica, 70% do que exporta refere-se a matérias-primas ou seus derivados com baixo processamento (minérios ou produtos agrícolas) e vale 1% do valor acrescentado de produtos exportados da indústria transformadora. No entanto, 67% do que os países africanos exportam entre si diz respeito a produtos transformados. Parece paradoxal. A análise deste tema foi um dos momentos animados de uma aula que lecionei a semana passada num mestrado da Universidade pública Mandume ya Ndemufayo, no Lubango, em Angola. Dadas as enormes dificuldades estruturais de funcionamento da maior parte das economias dos países africanos, não é de estranhar que se cinjam sobretudo aos seus recursos naturais. Já é lamentável que na cadeia de valor se fiquem por aí.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.