Qualquer semelhança entre a manifestação do Terreiro do Paço, em 1989, e a da semana passada é coincidência. Segundo os jornais, quem liderou no terreno a manifestação organizada por um movimento clandestino nem é da polícia. Viu-se oposto do que se espera de polícias: indisciplina, incumprimento das regras e desrespeito pelo trabalho dos colegas. Alimentar uma cultura de desobediência à lei por parte de quem tem de a defender é um passo fundamental para a extrema-direita pôr em causa a autoridade do Estado democrático. E é por isso que manter à frente do MAI alguém sem autoridade é um perigo para a democracia
Assisti, nos primeiros meses como jornalista, à manifestação pela criação dos sindicatos de polícias, no Terreiro do Paço. As grotescas imagens que o então primeiro-ministro Cavaco Silva ofereceu ao mundo, com polícias a carregarem sobre polícias, no que poderia ter acabado numa tragédia, deram o nome a este acontecimento histórico: “secos e molhados”, por causa dos canhões de água usados contra os manifestantes. A luta vinha de longe, liderada pelo já falecido José Carreira. Mas foi ali que os sindicatos de polícia se tornaram inevitáveis.
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