Graça Freitas é o bombo da festa de todo o virologista instantâneo, bastonário-político e apostador de segunda-feira. Não é uma “girl” de um partido ou uma saltitona entre o público e o privado. Não ganha um salário à altura das toneladas que lhe caíram em cima. Cometeu erros e cometerá mais. Mas não sucumbiu E eu quero agradecer-lhe por ser uma servidora pública num tempo em que isso é tão desprezado. Saiba que há, neste país, quem dê valor a esse lugar onde ninguém queria estar agora
Alguns países escolheram um anónimo de um grupo de risco como primeiro vacinado. Outros, no extremo oposto, escolheram o primeiro-ministro. Portugal optou por alguém que, tendo 65 anos (e 42 de serviço), está entre o primeiro grupo a vacinar: o pessoal de saúde, opção óbvia para quem não decida em função da popularidade, mas da necessidade. E alguém que, perante a enorme visibilidade da primeira vacina, conseguisse transformar esse acontecimento mediático num momento de sensibilização para a vacinação. Com a resistência de muitos à vacina, a demonstração de confiança tem de ser dada por alguém com autoridade científica, técnica e moral. Mesmo assim, não faltou quem atribuísse àquele momento o significado oposto: o privilégio do “senhor doutor”.
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