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Opinião

Da Turíngia aos Açores

Rio não aprendeu nada com Merkel e este acordo marcará o seu futuro político. O Chega entrou pela porta grande a que há muito batia

Passou pela Turíngia grande parte da história alemã do século XX. Foi lá, em Weimar, que nasceu a sua democracia, sobre os escombros de uma guerra perdida. Foi lá, em 1930, que os conservadores formaram o primeiro governo estadual com os nazis, legitimando-os. Foi lá que os soviéticos ergueram a parte sul do muro, deixando o seu povo do lado da ditadura comunista. E foi lá que, no final do ano passado, Thomas Kemmerich, da pequena e liberal FDP, recebeu o voto simultâneo da CDU (terceiro partido mais votado) e da AfD (o segundo, de extrema-direita), para liderar uma ‘geringonça’ que derrubaria a coligação entre Die Linke (um misto de PCP e BE), verdes e sociais-democratas. A reação de Merkel à primeira brecha no cordão sanitário em torno da extrema-direita foi vigorosa: “Esta eleição rompeu com a minha convicção e da CDU de não aceitar a vitória de maiorias apoiadas pela AfD”. A eleição do ministro-presidente repetiu-se e a esquerda ficou no poder.

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