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Opinião

Rui Pinto é útil mas não é um herói

O Estado de Direito de nada serve se permitir que quem tem mais poder lhe escape sempre. Mas deixa de fazer sentido se quem combate o crime se passa a comportar como um criminoso. Rui Pinto mostra como as fronteiras são difíceis de definir. Assentemos nisto: não é um herói. É um criminoso que pode ser muito útil no combate a criminosos mais relevantes do que ele.

A justiça portuguesa não se limitou a libertar Rui Pinto, medida evidente quando a sua longa prisão preventiva se tornava cada vez mais difícil de justificar. Isto não quer dizer que não vá ser julgado pelos crimes de que é acusado. Quer dizer que fica como deve estar quem não foi julgado e não preenche os requisitos para a mais grave medida de coação. Medida que não foi aplicada, por exemplo, a Ricardo Salgado. Fui, aliás, um dos subscritores de um abaixo-assinado em defesa da sua libertação. Mas Rui Pinto não foi apenas solto. Passou para o programa de proteção de testemunhas. Seguindo o exemplo de outras polícias de investigação europeias, a portuguesa decidiu usar a informação recolhida pelo hacker para tentar apanhar peixe bem mas graúdo. Penso que fez bem.

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