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Opinião

Não seja como os economistas

Não seja como os economistas

Luís Aguiar-Conraria

Professor de Economia da Univ. do Minho

Faz sentido mandar as pessoas para a rua e que ao mesmo tempo a polícia as tire dos areais das praias? Se houver nova vaga, como fazemos? Mandamos os alunos de volta para casa? Dedicamos todo o SNS a esta doença, adiando milhares de consultas, operações, exames e diagnósticos? Vamos fazer como a Suécia? Nesse caso, temos de apostar em aumentar a capacidade dos hospitais. O que está a ser feito quanto a isso?

Os economistas são ótimos a propor soluções fantásticas, pelo menos dentro de um quadro teórico, que têm um defeito: são politicamente inexequíveis. Lembram-se de quando, em 2012, Vítor Gaspar propôs que se baixasse a TSU para as empresas, aumentando a dos trabalhadores? Era uma solução mágica que resolvia três problemas: (1) baixavam os custos das empresas, o que levava a um aumento da competitividade externa, (2) reduziam-se os custos de trabalho, combatendo o desemprego, e (3) resolvia-se a inconstitucionalidade dos cortes dos salários dos funcionários públicos. O principal problema desta brilhantíssima proposta? Era politicamente impossível. O povo saiu à rua e não o permitiu. Numa semana, o PSD deu um trambolhão de 34 para 20% nas sondagens. Não ganhou mais nenhuma eleição até hoje.

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