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Opinião

Obscena graçola

Hoje, há muito mais mulheres na política, e elas não são menos capazes do que os homens. Alguma coisa as impedia de lá chegar e não era o mérito. Mas as quotas para as mulheres não foram o começo de uma luta, como seriam as quotas para grupos étnicos. Como ninguém defende quotas para homossexuais e já quase ninguém as contesta para as mulheres, é evidente que este debate se faz no cinzento. De tal forma que o CDS é contra todas as quotas, mas as quer para ricos, defendendo que os alunos sem vagas na universidade pública possam pagar para entrar. E é no cinzento que quero falar dos riscos para a esquerda da obsessão identitária. Eles vão bem avançados nos EUA, onde a luta social foi transformada num apartheid político e biográfico, compartimentando identidades num compromisso perpétuo com a derrota. Esta tragédia começou com o abandono pela esquerda da representação de classe. Sei bem dos perigos de subjugar todas as relações de poder ao confronto entre trabalho e capital. Arrisco na mesma, porque é grave o erro para que a esquerda se encaminha. Nas últimas décadas, foi quando a esquerda chegou ao poder que mulheres e minorias conquistaram direitos. E ela só lá chega com o apoio da maioria que a define: os trabalhadores.

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