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Governo caça cérebro tecnológico a preço de saldo?

Governo caça cérebro tecnológico a preço de saldo?

Hélder Gomes

Jornalista

Nuno Fox

Boa tarde,

Obrigado por continuar desse lado.

Imagine que o Governo está à procura de um diretor executivo para a área tecnológica. No sector privado, um ‘chief technology officer’ (CTO) ganha mais do que o Presidente da República, o chefe do Executivo ou qualquer um dos seus ministros. Agora, imagine que o Governo pretende um tal responsável a preço de saldo no âmbito da há muito prometida reforma do Estado.

Não precisa de imaginar mais. Conheça a seguir esta e outras notícias que o Expresso lhe traz hoje, incluindo a posição dos candidatos presidenciais sobre as alterações à legislação laboral, os mediadores que ajudam na integração de estrangeiros nas escolas públicas – e, em contramão, o inquérito aberto a André Ventura e Rita Matias pela divulgação de nomes de crianças estrangeiras.

Governo procura CTO ao estilo Silicon Valley, mas com salário português?

No sector privado, a remuneração de um diretor executivo para a área tecnológica pode chegar a 150 mil euros brutos por ano – isto sem considerar benefícios adicionais. O montante ronda os 11 mil euros por mês, mais do que ganha Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Montenegro ou qualquer um dos seus ministros. Os sindicatos esperam para ver, contam a Cátia Mateus e o Pedro Carreira Garcia.

Candidatos presidenciais entre o silêncio e o veto assumido às leis laborais

Marcelo aguarda pelo texto final, que só deve chegar ao Parlamento depois do verão ou mesmo no final do ano. Entre os candidatos presidenciais, há quem opte pelo silêncio e reserve a sua posição, há quem não hesite em defender que o Presidente deve vetar as alterações propostas pelo Governo e há quem critique e acredite que podem estar a violar direitos fundamentais. O levantamento é feito pela Paula Caeiro Varela e a Margarida Coutinho.

Dispensas para amamentação: Livre pede números que Governo não tem

Entretanto, o Livre exige “mais dados” sobre licenças e dispensas para amamentação. Questionando a ministra do Trabalho sobre números concretos, o partido lembra que aumentar a “conciliação entre trabalho e família” exige precisamente o conhecimento desses dados, escreve a Cláudia Monarca Almeida.

Também o bastonário da Ordem dos Médicos tomou posição sobre o assunto, defendendo que não se pode punir mães e filhos pelo “suposto incumprimento” de uma minoria. Carlos Cortes acrescenta que decisões estruturais como alterar a lei laboral “devem valorizar o papel da mulher e das crianças na sociedade, incentivar a natalidade e garantir o bem-estar das famílias”.

Recorde-se que a ministra Maria do Rosário Palma Ramalho falou em “muitas práticas” abusivas, mas, como escreveu ontem o jornal “Público”, o Governo não tem dados sobre mães que pedem redução de horário de trabalho para amamentação nem sobre eventuais abusos deste direito.

Iara quer ajudar a integrar estudantes estrangeiros. Mais de 300 vão fazê-lo

Mais de três centenas de mediadores vão ajudar na integração de 170 mil estudantes estrangeiros. Entre o total de estrangeiros nas escolas públicas, cerca de metade são brasileiros e 70% oriundos de um país da CPLP. Os restantes terão tido pouco ou nenhum contacto prévio com a língua portuguesa, relata a Isabel Leiria, que começa por nos contar a história da jovem de 17 anos que está na expectativa de se juntar ao grupo de mediadores.

Ministério Público abre inquérito a André Ventura e Rita Matias

O líder do Chega mencionou uma lista de nomes de crianças imigrantes, matriculadas numa escola de Lisboa, durante o debate parlamentar às alterações da lei da nacionalidade no início de julho. A deputada Rita Matias divulgou os nomes completos num vídeo partilhado nas redes sociais. Agora, sabe-se que o Ministério Público abriu inquérito ao caso. Na reação, André Ventura disse acreditar que o processo será arquivado. O Rui Gustavo adianta que os crimes em causa poderão ser de discriminação e violação de dados pessoais.

Acompanhe a atualidade no Expresso e no Expresso Fundamental.

Até já,
H.

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